quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


PROCURAR CONSTRUIR
(UM BURACO NO CHÃO)

A toca do lobo solitário/em permanente construção 
(Arquitetura móvel).



 

Anselm Kiefer


Uma aprendizagem continuada para ampliar o leque de perguntas que uma sociedade deve fazer a si própria.

«Construir, habitar, pensar», é naturalmente uma forma inteligente de viajar (1951), Heidegger.

Construir e viajar contra uma possível condição de desabrigo e de insegurança geral!

Os progressos de construção de um futuro retiro espiritual, nas margens do antigo "Caramol".
Um caramol primitivo! Tão primitivo como os primeiros dias passados dentro da barriga de uma qualquer infância perdida!


Manual de sobrevivência/programa metodológico de base libertária, ou simplesmente livrinho de «instruções para se ser (in)feliz», diria Watzlawick.
(work in progress)

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Tudo se resume, neste caso,  apenas à construção de um espaço experimental de verdadeira liberdade criativa.
Afinal, eu não quero ter «a terrivel limitação daqueles que vivem apenas daquilo que é passível de fazer sentido. Eu não quero isso. Eu quero uma verdade inventada (por mim)» (Clarice Lispector).

Os trabalhadores, esses, continuam a caminhar em direção a uma estrada demasiado inacabada ou tão somente a escavar em direção a uma caverna cheia de camadas demasiado obscuras. São as famosas camadas obscuras da história do pensamento ocidental sobre o qual se tem construido as raízes da fragilidade de uma rede (ontológica). Uma rede tão frágil, e também tão cheia de buracos. Pensamentos, histórias e buracos. Buracos da história do pensamento. Eis a tautologia imaginária de uma busca que nos conduz até aos lugares mais recônditos de uma qualquer infância perdida. Escondida. Aberta e partida no chão estaladiço do Caramol. Onde será  construído um abrigo laboratorial da forma (real e virtual). Um abrigo ontológico. Ou uma casa em forma de arquitetura móvel (plataforma interactiva). Ou apenas uma caverna?
Um buraco. Uma toca. Uma bolha de proteção. Um túnel de salvação. Uma biblioteca infinita escavada no chão de uma rocha inflamada de paixão. A paixão demasiado  esquizofrénica de um terreno inclinado. A inclinação de um canal de irrigação. Um fluxo. Uma raíz. Um sopro. Um veio.  Uma esfera ondulada. Ou apenas um retiro espiritual? Banal. Tosco. Amplo. Frágil. Desmedido. Branco. Brando. Retirado. Libertado. Utópico. Sexual. Virtual.
Esta será a toca solitária ou a base criativa de uma obra que se aproximará da luz minimalista de um candeeiro natural destinado a iluminar as trevas do futuro da história da humanidade. Uma humanidade sem memória? Uma memória qualquer? A memória de um lugar? Qualquer lugar poderá servir ainda para nos abrigar da força inquietante da memória ? A memória da história de um lugar pós-histórico? Ainda assim um lugar. Um lugar de memórias. As memórias de um lugar. Um lugar a construir dentro da espiral vertiginosa do nosso cérebro....

Eusébio A.
                                                                                                                                                                   

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